Dados do Trabalho


Título

Associação entre hiperlactatemia e índice de choque com mortalidade em pacientes com síndrome respiratória aguda grave

Objetivo

Avaliar a associação entre hiperlactatemia, sobrecarga de volume e índice de choque (SI) com mortalidade em pacientes com síndrome respiratória aguda grave em unidades de terapia intensiva.

Métodos

Trata-se de um estudo de caráter observacional do tipo coorte retrospectiva. Foram incluídos neste estudo pacientes admitidos nas unidades de terapia intensiva de seis hospitais no Estado de Sergipe, com diagnóstico de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por COVID-19, confirmado pelo RT-PCR e com necessidade de suplementação de oxigênio e com permanência mínima de 24 horas na UTI após a admissão. O desfecho primário do estudo foi o óbito por qualquer causa durante a internação hospitalar.

Resultados

Quando se avaliou o perfil clínico, laboratorial e o prognóstico dos pacientes nas primeiras 24 horas da admissão, observou-se que entre os pacientes que evoluíram para o óbito receberam maior volume de solução fisiológica 0,9% (1193±1520 ml vs. 614±493 ml; p=0,002), foram mais intubados (85% vs. 53%; p<0,001), apresentavam maiores valores de creatinina (1,52±0,92 mg/dl vs. 0,84±0,72 mg/dl; p<0,001) e apresentavam piores valores de SAPS 3 (60±18 vs. 44±16; p<0,001) e SOFA (9,5±3,6 vs. 5,9±4,0; p<0,001). Na análise de sobrevida observou-se diferença significante entre as curvas de acordo com a hiperlactatemia (p=0,006) e com os valores de SI ≥ 0,9 (p=0,012). Na análise de risco pela regressão de Cox, observou-se que pacientes com hiperlactatemia e com SI ≥ 0,9 apresentaram respectivamente 2,11 vezes 57% mais risco de morte.

Conclusão

Pacientes com SRAG admitidos na UTI com Shock Index ≥ 0,9 apresentaram risco maior que o dobro de morte.

Área

Índices Prognósticos

Autores

Marcos Alécio Bispo de Andrade, Érika Ramos Silva, Rafael Ciro Marques Cavalcante, Jussiely Cunha Oliveira, Eduesley Santana-Santos