Dados do Trabalho


Título

Hiperlactatemia e sobrecarga de volume são preditores de maior tempo de internação na UTI em pacientes com síndrome respiratória aguda grave?

Objetivo

Avaliar a influência da hiperlactatemia e sobrecarga de volume no tempo de permanência (TP) na unidade de terapia intensiva (UTI) em pacientes com síndrome respiratória aguda grave.

Métodos

Trata-se de um estudo do tipo coorte retrospectiva. Foram incluídos neste estudo pacientes admitidos em 06 unidades de terapia intensiva, no Estado de Sergipe, com diagnóstico de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por COVID-19, confirmado pelo RT-PCR e necessidade de suplementação de oxigênio com permanência mínima de 24 horas na UTI após a admissão. O desfecho primário do estudo foi o tempo de permanência na UTI. Foi considerada hiperlactatemia admissional a primeira medida do lactato na UTI > 2mmol/l e sobrecarga de volume quando o paciente apresentou uma retenção de fluidos > 5% ou 10% do peso corporal.

Resultados

A idade não exerceu influência no TPUTI, mas pacientes com infarto prévio tiveram maior TPUTI [12(6 – 21) vs. 5(3 – 14); p=0,026] e aqueles com AVC prévio apresentavam 2,87 vezes a chance de aumentar o TPUTI (p=0,002). Pacientes que evoluíram para o óbito tiveram maior TPUTI [10(5 – 7) vs. 14(8 – 23); p=0,047] e aqueles com SH > 10% aumentavam em 56% o TPUTI (p=0,037). Observou-se ainda que cada ponto adicional do SOFA das primeiras 24h aumentava em 4% o TPUTI (p=0,042) e cada ponto adicional do SAPS III aumentava em 1% o TPUTI (p<0,001).

Conclusão

A hiperlactatemia não se associou com maior tempo de permanência na UTI, no entanto a sobrecarga hídrica > 10% elevou em 56% o tempo de permanência na UTI.

Área

Choque e monitorização hemodinâmica

Autores

Eduesley Santana-Santos, Marcos Alécio Bispo de Andade, Rita de Cássia Almeida Viera, Casiane Dezoti da Fonseca