Dados do Trabalho

Título

Endocardite infecciosa grave e de evolução rápida como complicação de cirurgia eletiva: relato de caso.

Descrição do caso

Introdução: Estafilococos virulentos são os principais agentes da Endocardite Infecciosa (EI), superando estreptococos. O diagnóstico baseia-se em critérios maiores (bacteremia e imagens mostrando alterações endocárdicas) e menores. Entre os fatores de risco incluem: cardiopatias, drogas injetáveis e cateteres venosos profundos.
Caso clinico: Masculino, 64 anos, Diabético, Obeso mórbido e Hipertenso, internado em maio/2024 para Herniorrafia Umbilical. No pós-operatório imediato teve deiscência. Tomografia abdominal mostrou tumor em cólon ascendente junto ao ângulo hepático, decidido por ressecção tumoral. Iniciado Ciprofloxacino e Metronidazol por 10 dias. No décimo dia após segunda cirurgia apresentou hipotensão, taquicardia e diarreia, trocando dispositivos venosos e reculturado. Foi transferido a Unidade Intensiva por piora hemodinâmica após 3 dias, submetido a intubação e iniciado aminas vasoativas e antibioticoterapia. Hemocultura positiva para Stafilococus aureus direcionou suspender Piperazilina/Tazobactam e manter Vancomicina por 15 dias. Laboratório indicou infecção bacteriana grave (Tabela 1). Ecocardiograma transtorácico evidenciou rotura do folheto anterior da valva mitral e Ecocardiograma transesofágico confirmou EI (Figura 1); Ecocardiograma pré ressecção sem evidência de lesão valvar cardíaca. Hemoculturas mantinham positividade, embora antibioticoterapia (Tabela 2). No 7° dia, os parâmetros inflamatórios e a febre agravaram. Novas imagens evidenciaram sinais de embolização e condensação pulmonar séptica (Figura 2) e área hipodensa cerebral sugerindo isquemia subaguda. Associado Polimixina B para pneumonia nosocomial. No 15° dia, dependente de hemodiálise, evoluiu a óbito sem condições de cirurgia cardíaca.
Comentário: EI por Stafilococus aureus é grave de rápida evolução. A antibioticoterapia e a cirurgia cardíaca valvar torna-se imprescindível.