Dados do Trabalho

Título

Pacientes muito idosos (acima de 80 anos) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI): comparando nonagenários com octagenários

Objetivo

Pacientes muito idosos (> 80 anos) representam população crescente nas UTI brasileiras e mundo afora. Na maioria dos estudos pacientes octagenários e nonagenários são tratados como um grupo uniforme entre os mais idosos.
O objetivo deste estudo é conhecer algumas das diferenças entre os pacientes destas faixas etárias em relação à distribuição entre os sexos, mortalidade e quantidade de comorbidades e uso de medicações.

Métodos

Estudo retrospectivo. Dados coletados do sistema TASY de uma UTI privada referente aos anos de 2022 e 2023. Avaliadas distribuição entre os sexos, mortalidade hospitalar; e quantidade de comorbidades e uso de medicações contínuas para cálculo do escore de comorbidades e polifarmácia (CPS).

Resultados

Durante 2022 e 2023 foram registradas 408 admissões de octagenários e 182 nonagenários. No grupo mais novo 48,8% eram mulheres enquanto no grupo dos nonagenários elas representaram maioria sendo 68,7% da população (p<0,00001). Em todas as faixas etárias a população feminina representou 40,2%. A mortalidade foi maior no grupo mais idoso (20,3 vs 9,8%, p<0,001). O CPS foi 8,6 (DP=4,2) no grupo dos octagenários e 10,8 (DP=4,7) entre os nonagenários (p<0,01).

Conclusão

Neste primeiro estudo do nosso serviço sobre o assunto, concluiu-se que pacientes acima de 80 anos não representaram categoria única e foram detectadas diferenças entre os nonagenários em relação aos octagenários. As pacientes do sexo feminino foram maioria entre os nonagenários e isso diferiu do grupo de octagenários, assim como da totalidade de pacientes internados na UTI.
Os pacientes do grupo dos mais idosos tiveram, ainda, CPS e mortalidade significativamente mais elevadas.