Dados do Trabalho


Título

Delirium na UTI – Causas e consequências

Objetivo

Verificar a frequência de delirium em uma população de pacientes críticos e comparar o prognóstico de pacientes acometidos ou não pelo distúrbio.

Métodos

Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes internados em um Centro de Terapia Intensiva do HUGG entre março/2022 e julho/2024. Foram coletados dados de importância clínica e todos os pacientes foram submetidos a avaliação de rastreamento de delirium pela versão traduzida do CAM-ICU. Separamos a amostra em 2 grupos, de acordo com a presença (G.I) ou não (G.II) de delirium. Utilizou-se o Teste do Qui-Quadrado de Pearson na comparação de variáveis categóricas e o Teste de Mann-Whitney para comparação de variáveis numéricas entre os grupos.

Resultados

Nossa amostra foi composta por 737 pacientes com a idade variando significativamente entre os grupos (67,6±16,3 x 60,5±15,7 anos p=0,006). Observamos a ocorrência de delirium em 46 pacientes (6,2% dos pacientes). Este grupo mostrou maior prevalência de tabagismo (34,8 x 17,4% p=0,006), fibrilação atrial crônica (FAC) (10,9 x 2,7% p=0,013), maiores valores no escore SAPS3 (62,1±14,4 x 53,1±18,3 p=0,0001), maior necessidade de ventilação mecânica invasiva (VM) (41,3 x 26,8% p=0,041), maior frequência de uso de aminas (54,3 x 34,2% p=0,007) e maior tempo de internação em CTI (22,9±36,1 x 8,9±17,1 dias p=0,012). Não houve diferença estatística de mortalidade entre os grupos.

Conclusão

Observamos frequência de delirium compatível com estudos anteriores.A presença de FAC, tabagismo e maiores valores no escore SAPS3 relacionaram-se a ocorrência de delirium e este a maior tempo de internação em CTI e maior necessidade de VM e uso de aminas.

Área

Epidemiologia

Autores

Aureo Carmo Filho, Elba da Paixão Rodrigues Caramuru Sena, Eleonora Bessa Willecke, Dayvson Gomes Ambrozino Pereira, Salvador Mattos Fortes Neto, Anna Julia Peres Santoro Anastacio, Bernardo José Nunes Machado Evangelho, Elizabeth Soares de Almeida