Dados do Trabalho
Título
Doença Linfoproliferativa Relacionada a Epstein-Barr Vírus Pós-Transplante Cardíaco: Relato de Caso
Descrição do caso
A.V.S, 11 anos, 16 quilos, transplantado cardíaco aos 10 meses por cardiopatia congênita complexa (pós cirurgia de Glenn e impossibilidade de retirada de circulação extracorpórea), foi admitido na UTI com quadro de febre há 20 dias, dor abdominal intensa com piora pós prandial, associado a desnutrição e perda ponderal. Fazia uso de imunossupressores (tacrolimus e micofenolato) de longa data. A avaliação inicial levantou suspeita de infecção por citomegalovírus (CMV) e Epstein-Barr vírus (EBV). Realizada endoscopia digestiva alta que revelou sete úlceras gástricas. Inicialmente foi prescrito ganciclovir, porém pesquisa de CMV foi negativa, sendo suspenso. A biópsia das úlceras com estudo de imuno-histoquímica confirmou o diagnóstico de Doença Linfoproliferativa Pós-Transplante (PTLD), associado a teste molecular positivo para Epstein-Barr vírus no sangue. Foram realizados exames de estadiamento, incluindo imagens, os quais não apresentaram alterações. Diante da confirmação de PTLD, foi indicado início de tratamento com rituximabe, 6 ciclos com intervalos semanais, além de redução das doses dos imunossupressores. Paciente retornou posteriormente para seguimento do tratamento, estável, com boa resposta até o momento. Houve melhora da febre e da dor abdominal, evoluindo com ganho ponderal adequado e recuperação nutricional. A PTLD é uma das principais causas de morbimortalidade a longo prazo após o transplante cardíaco, sendo o EBV um fator patogênico chave em muitos casos. As principais medidas terapêuticas consistem na redução da imunossupressão, tratamento com rituximabe e/ou quimioterapia associada.
Área
Pediatria
Autores
Rafael José Moraes Galvão, Adna Sirley Ferreira Moreno, Ana Beatriz Bullus Mello Rodrigues, Marco Antônio Junqueira Bersani, Fernanda Arantes Alves Dornelas, Marley Santos Nascimento, Natália Bueno Spicacci, Fernanda Oliveira César