Dados do Trabalho


Título

Gasto energético de repouso em pacientes críticos com hipotermia: Relato de dois casos

Descrição do caso

Alterações na temperatura corporal podem contribuir para variações do gasto energético em repouso (GER) em pacientes graves. A calorimetria indireta (CI) é considerada o padrão-ouro para medição do GER nestes pacientes.

Caso 1: Homem, 54 anos, IMC 29,7 kg/m², internado em UTI por 13 dias, devido crise tireotóxica secundária à imunoterapia e síndrome de Stevens-Johnson. A CI foi realizada por três dias, iniciada após oito dias de intubação, utilizando-se módulo de gases integrado ao ventilador mecânico. No D1, a média do GER aferido pela CI foi de 2116 kcal, no D2 foi de 1587 kcal e no D3 foi de 1390 kcal. A temperatura corporal média nestes dias foi de, respectivamente, 35,6ºC, 34,9ºC e 33,8ºC. O GER calculado pela fórmula de bolso (25 kcal/kg) foi de 2025 kcal (119% da CI).
Caso 2: Mulher, 66 anos, IMC 18 kg/m², internada em UTI por 15 dias devido sepse de foco pulmonar/cutâneo e epidermólise bolhosa. CI instalada no 13º dia de internação, sendo mantida por três dias. O GER médio medido pela CI foi de 654 kcal no D1 (TºC 33,0), 530 kcal no D2 (TºC 33,0) e 583 kcal no D3 (TºC 34,5). Apresentou GER calculado pela fórmula de bolso de 1200 kcal (203% da CI).
Ambos os pacientes relatados apresentavam quadros de infecção grave e hipotermia, porém, observou-se redução do GER provavelmente secundária à hipotermia, evidenciando que a utilização apenas de equações preditivas para estimativa do GER pode contribuir para a hiperalimentação de pacientes críticos.

Área

Suporte Nutricional, Metabólico e Renal

Autores

Ana Carolina Palermo dos Santos, Maria Auxiliadora Martins, Anibal Basile Filho