Dados do Trabalho

Título

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA (ICC) PIORA O PROGNÓSTICO EM TERAPIA INTENSIVA?

Objetivo

Avaliar possíveis diferenças epidemiológicas e de morbimortalidade entre pacientes portadores ou não de ICC internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital universitário federal no município do Rio de Janeiro.

Métodos

Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes internados no CTI HUGG de março/2022 a julho/2024. Utilizou-se o Teste do Qui-quadrado de Pearson para comparação de variáveis categóricas e o Teste de Mann-Whitney para as numéricas entre os grupos (G.I = portadores de ICC e G.II = não-portadores de ICC).

Resultados

Nossa amostra foi composta por 737 pacientes, sendo 56 portadores de ICC (7,6%). Houve distribuição semelhante nos grupos em relação ao sexo (mulheres = 44,6x51,8%). A idade foi significativamente maior no G.I (69,1±14,7 x 60,3±15,7 anos p=0,0001). Em relação a comorbidades, observamos que fibrilação atrial crônica (FAC) mostrou diferença significativa entre os grupos (19,6x1,9% p = 0,0001), assim como hipertensão arterial sistêmica (HAS) (76,8x53,5% p=0,001), diabetes mellitus (48,2x26,3% p=0,001), doença arterial coronariana (DAC) (16,1x4,7% p=0,002) e doença renal crônica (21,4x7,0% p=0,001). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na ocorrência de sepse, insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória aguda, pneumonia associada a ventilação mecânica, tempo de internação em CTI (9,2±8,7 x 9,9±19,7 anos p=0,645), SAPS3 (51,5±16,6 x 53,8±18,3 p=0,315) e mortalidade (22,5x19,6% p=0,739).

Conclusão

Observamos que o grupo de pacientes com ICC tinha idade maior, além de maior prevalência de FAC, HAS, DM, DAC e DRC. Não houve diferença significativa da morbimortalidade entre os grupos. A presençade insuficiência cardíaca crônica não piorou o prognóstico em terapia intensiva.