Dados do Trabalho

Título

Preditores de desfecho desfavorável (modified-Rankin Scale: 4, 5 ou 6) de pacientes com Acidente Vascular Cerebral isquêmico que necessitam de cuidados intensivos – Um sub estudo da coorte Neurocríticos Brasil

Objetivo

Descrever pacientes atendidos em UTI por AVC isquêmico (AVEi) e identificar preditores de seu desfecho desfavorável (modified-Rankin Scale: 4, 5 ou 6).

Métodos

Coorte prospectiva de inclusão consecutiva de 1194 adultos admitidos em 36 UTIs brasileiras entre agosto-setembro/2018, por diagnóstico neurológico. Destes, 211 foram por AVCi. Idade, sexo, internamento pelo SUS, apresentar dois ou mais agravos (Hs) na admissão, escala de como de Glasgow (ECG) em 24 horas, etiologia, território e complicações do AVEi foram avaliados como preditores de desfecho desfavorável, por regressão logística.

Resultados

A idade média foi de 69,3±16,9 anos, sem diferença de sexos, 79,1% em atendimento privado. A principal etiologia foi trombótica (44,5%) seguida por embólica (33%). Os territórios mais acometidos foram artéria cerebral média (59%) e sistema vértebro-basilar (22%). Na admissão, 22,3% apresentavam dois ou mais Hs. As medianas de NHSS de admissão, de ECG e de tempo de UTI foram, respectivamente, 5, 14 e 4. 11,5% apresentaram complicações do AVCi como transformação hemorrágica, edema e hipertensão intracraniana. A mortalidade foi de 11,4% e 39,4% tive desfecho desfavorável. Idade, sexo, etiologia e território do AVCi não estiveram associados a desfecho desfavorável, enquanto ECG, Hs, internamento pelo SUS e complicações do AVCi, sim. Em modelo múltiplo, menor ECG (OR:0,699[0,603-0,810]), ter 2 ou mais Hs (OR:2,611[1,104-6,173]) e presença de complicações do AVCi (OR:6,127[1,195-31,417]) mostraram-se preditores independentes de desfecho desfavorável, enquanto internamento SUS perdeu esta relação.

Conclusão

Menor nível de consciência, maior número de agravos e de complicações do AVCi aumentam a chance de desfecho desfavorável nestes admitidos em UTIs brasileiras.