Dados do Trabalho

Título

Preditores de desfecho desfavorável de pacientes em pós-operatório eletivo de neurocirurgia que necessitaram de cuidados intensivos - Um subestudo da Coorte Neurocríticos Brasil

Objetivo

Identificar preditores de desfecho desfavorável (m-Rankin: 4, 5 ou 6) em pacientes admitidos em UTI em pós-operatório eletivo de neurocirurgia.

Métodos

Coorte prospectiva de inclusão consecutiva de 1194 pacientes em 36 UTIs brasileiras entre agosto e setembro/2018. Destes, 317 foram pós-operatório neurocirúrgico eletivo. Tipo, motivo e localização cirúrgica, idade, sexo, internamento pelo SUS, apresentar dois ou mais agravos (Hs) na admissão, escala de como de Glasgow (ECG), APACHE-II, SAPS-III e SOFA das primeiras 24 horas de UTI foram avaliados como preditores de desfecho desfavorável, por regressão logística binária com resultados em oddis ratio e intervalo de confiança de 95%.

Resultados

A idade média foi de 53,4 ± 14,7 anos, 58,7% eram mulheres, 55,5% atendimentos via SUS. Cirurgia intracraniana foi predominante (81,1%), seguida por coluna, e carótida. Tumor foi o motivo mais frequente (58%), seguido de vasculares e doenças degenerativas. Na admissão, 18,6% apresentavam 2 ou mais Hs. As medianas de ECG, APACHE-II, SAPS-III, SOFA e tempo de UTI foram, respectivamente, 15, 7, 31, 1 e 3. A mortalidade foi de 2,2% e 13% tive desfecho desfavorável. Não houve associação significativa deste desfecho com tipo, motivo e localização cirúrgica. Em modelo ajustado, idade (1,034[1,005-1,058]), presença de 2 ou mais Hs (4,050[1,911-8,586]), menor ECG (0,850[0,750-0,963]) e atendimento pelo SUS (4,505[1,825-11,123]) mostraram-se preditores dele. SUS manteve esta associação quando ajustado, separadamente, pelos também preditores: APACHE-II (1,098[1,03-1,171]), SAPS-III (1,055[1,024-1,086]) e SOFA (1,116[1,008-1,235]).

Conclusão

Em pós-operatório eletivo de neurocirurgia na UTI, maior idade e gravidade na admissão e atendimento pelo SUS estão associados a pior desfecho.