Dados do Trabalho

Título

A epidemiologia dos pacientes neurológicos internados em UTI: um estudo de coorte

Objetivo

Analisar o perfil de internamento em UTIs de Curitiba/PR dentre as principais causas neurológicas entre janeiro/2017 e dezembro/2022.

Métodos

Coorte retrospectiva com 10.884 internados por motivos neurológicos. Todos os pacientes possuíam 18 anos ou mais e foram admitidos em UTIs de Curitiba-PR entre janeiro de 2017 e dezembro de 2022. Os pacientes foram distribuídos em 11 grupos e comparados entre si.

Resultados

Os grupos neurológicos eram: pós-operatório de neurocirurgia (32,6%), acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico (19%), traumatismo cranioencefálico (TCE) (17%), crise convulsiva (7,1%), AVC hemorrágico (AVCh) (6,5%), hemorragia subaracnóidea (HSA) (4,5%), encefalopatia (4,2%), condições medulares (3,8%), infecção de sistema nervoso central (SNC) (1,8%), doença neuromuscular (0,8%) e outras (0,25%). Dentre os grupos, houve diferença estatisticamente significativa para drogas vasoativas, sendo que dos pacientes 30,7% no TCE, 26,6% no AVC hemorrágico e 29,5% na HSA usavam DVA na admissão (p<0,001). O uso de ventilação mecânica esteve presente na admissão de 49,2% dos pacientes com TCE, 34,2% em AVCh, 35,7% para HSA e 24,5% dos pacientes com infecção de SNC. A maioria dos grupos apresentava Escala de Coma de Glasgow reduzida nas primeiras 24 horas, ressaltando TCE, AVC isquêmico e hemorrágico e HSA. Também foram encontradas diferenças relevantes no APACHE II das primeiras 24 horas (p<0,001), tempo de permanência em UTI (p<0,001), mortalidade (p<0,001) e na escala de funcionalidade por Rankin modificada (p<0,001).

Conclusão

A maior prevalência de internamento neurológico foi por pós operatórios. O desfecho desfavorável (mRs 4, 5 ou 6) e a mortalidade são maiores nos grupos grupo de AVC hemorrágico e HSA.