Dados do Trabalho

Título

Associação do status de fragilidade prévio à UTI com o desfecho clínico-funcional na alta da unidade em pacientes admitidos por acidente vascular cerebral isquêmico

Objetivo

Avaliar o potencial explicativo da escala de fragilidade clínica (EFC) na mortalidade e nível de dependência funcional na alta da UTI em pacientes com Acidente Vascular Cerebral isquêmico (AVCi).

Métodos

Coorte retrospectiva de inclusão consecutiva de ≥18 anos internados em UTIs de 5 hospitais de Curitiba por AVCi, entre 01/05/2023 e 31/04/2024. Foram excluídos registros incompletos, advindos/transferidos de outros serviços e AVCi minor. A ECF foi avaliada como preditora da mortalidade na UTI e do nível de dependência funcional entre os sobreviventes, por meio de modelos múltiplos lineares generalizados com distribuição logística binária e ordinal, respectivamente.

Resultados

Dos 8797 registrados no período, foram analisados dados de 215 pacientes com AVCi, com idade média de 73,5±15,7 anos. A mediana (1º-3º quartil) da EFC foi 4 (3-5), e do tempo de permanência de 3 (2-5) dias. A taxa de mortalidade na UTI foi de 14,9%. Dos 183 sobreviventes, 23,9% teve alta totalmente independente, 36,7% dependente para atividades elaboradas, 19,7% dependente para atividades básicas e 17,0% totalmente dependente. A ECF não se mostrou significativamente associada à mortalidade na UTI (p=0,147) quando ajustado por idade, sexo e APACHE-II, sendo este último o único associado ao desfecho. Quando analisado o subgrupo dos sobreviventes, maior pontuação na EFC aumenta a chance de alta da UTI com maior nível de dependência funcional (OR:1,22[1,009–1,493];p<0,001), quando ajustada pelas mesmas variáveis.

Conclusão

Em pacientes admitidos em UTI por AVCi, maior pontuação na ECF aumenta a chance maior dependência funcional na alta da UTI, independentemente da idade, do sexo e do APACHE-II.