Dados do Trabalho


Título

A variação da funcionalidade do doente crítico após a alta da unidade de terapia intensiva: Uma coorte prospectiva

Objetivo

Avaliar a variação na funcionalidade de pacientes críticos aferida pelo escore WHODAS em quatro momentos distintos e descrever as características epidemiológicas dos pacientes na admissão à UTI.

Métodos

Coorte prospectiva realizada entre 05/02/2024 e 18/07/2024 em 5 UTIs de Curitiba-PR. Incluiu pacientes com ≥18 anos, permanência ≥48 horas, excluindo casos de cirurgia eletiva, prognóstico ≤12 meses, internação hospitalar prévia recente. A funcionalidade foi avaliada com o WHODAS2.0 em quatro momentos: admissão na UTI, alta, 30 e 90 dias após a alta.

Resultados

Foram avaliados 454 pacientes, dos quais 103 foram incluídos. Dos 96 pacientes que estavam vivos na alta da UTI, 52 participaram do retorno no D90. A média de idade foi de 64,2±15,1 anos, com predominância masculina (69,2%) e a maior parte dos internamentos custeados pelo SUS (80,8%). O internamento clínico predominou (69,2%), sendo o motivo principal de internação cardiológico (69,2%), com mediana do tempo de internação de 3 dias. O escore total do WHODAS 2.0 foi avaliado em quatro momentos: admissão, alta, 30 e 90 dias após a alta da UTI. As medianas dos escores foram, respectivamente, 14,6 (1º-3º quartil: 6,2 - 35,4), 20,8 (10,4 - 32,8), 27,1 (22,9 - 39,6) e 18,8 (7,3 - 34,4). Houve uma diferença estatística significativa entre o escore de admissão e o de 30 dias após a alta, sendo o escore mais elevado e pior no D30 (p=0,025).

Conclusão

A análise da funcionalidade com WHODAS2.0 revelou uma piora significativa na funcionalidade 30 dias após a alta quando comparado com à admissão na alta da UTI.

Área

Epidemiologia

Autores

Amanda Christina Kozesinski-Nakatani, Maria Nesryn Tiba, Kamila Janiscki, Beatriz Lottermann Konzen, Taher Tiba, Rafaella Stradiotto Bernardelli, Álvaro Réa-Neto, Auristela Duarte de Lima Moser