Dados do Trabalho

Título

O uso da membrana de oxigenação extracorpórea (ECMO) e plasmaférese na terapia de resgate de paciente com hemorragia alveolar: Relato de caso.

Descrição do caso

Introdução: A hemorragia alveolar difusa (HAD) por vasculite associada a anticorpos citoplasmáticos antineutrófilos (ANCA) é uma condição rara e ameaçadora, que se apresenta com insuficiência respiratória grave. A letalidade é significativa, pois seu manejo depende da terapia imunossupressora de indução de remissão, que necessita de tempo hábil sob suporte adequado. A oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) possibilita trocas gasosas proporcionando tempo para o tratamento imunossupressor estabilizar a doença de base em casos refratários às técnicas convencionais de ventilação. Relato de caso: Paciente interna em 01/11/2023 com diagnóstico recente de poliangeite granulomatosa eosinofilica, evoluiu no 9º dia de internamento com rápida insuficiência respiratória por hemorragia alveolar a despeito de pulsoterapia. Diante do quadro de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) com acidose respiratória refratária, foi indicado ECMO veno-venoso (ECMO VV) no 11º dia para estabilização até o sucesso de terapia de remissão com plasmaférese. Apresentou, ainda, lesão renal aguda, iniciando hemodiálise contínua, com necessidade acoplamento de ambas as terapias (plasmaférese e hemodiálise contínua) simultâneas ao ECMO. No 18º dia, após 7 dias de ECMO, foi realizada a decanulação, com extubação no 23º dia de evolução. Comentários: O manejo de complicações graves da GEPA, como HAD, requer suporte avançado que permita tratamento imunossupressor em tempo hábil. O desafio do uso da ECMO em doenças hemorrágicas, bem como sua conciliação com outros sistemas extracorpóreos simultaneamente não conta com diretrizes na literatura. Destaca-se a necessidade de equipes especializadas no manejo destes sistemas conjuntamente, bem como mais estudos para definição de protocolos padronizados e seguros.