Dados do Trabalho

Título

Principais fatores associados ao óbito e internação hospitalar em pacientes com dengue no Brasil.

Objetivo

Correlacionar comorbidades, hospitalização e óbito em pacientes com dengue no Brasil.

Métodos

Estudo de coorte incluindo pacientes com dengue entre 2014 a 2024. Dados foram obtidos do DataSUS, base de dados pública brasileira. Foram consideradas as comorbidades avaliadas pela ficha de notificação: diabetes mellitus, doenças hematológicas, doenças hepáticas, doença renal crônica (DRC), hipertensão arterial, doenças ácido-pépticas e doenças autoimunes. Necessidade de internação hospitalar e óbito foram avaliadas como desfechos da infecção.

Resultados

Dos 2.337.061 pacientes com dengue confirmada, a maioria eram mulheres (57,1%) com idade média de 41,6 ± 16,3 anos, com maior prevalência de casos totais na região sudeste (46,9%), seguida da região sul (23,1%) e centro-oeste (19,4%). As comorbidades mais prevalentes foram hipertensão arterial (12,7%) e diabetes mellitus (5,1%). Do total da amostra, 105.164 (4,5%) necessitaram de hospitalização e 4.253 (0,18%) vieram a óbito. As mais fortes associações ao óbito foram DRC (OR = 3,86; p < 0,001), doenças hematológicas (OR = 3,1; p < 0,001) e doenças autoimunes (OR = 1,82; IC 95%: 1,36 – 2,41; p < 0,001). Quanto às hospitalizações, a DRC figurou como principal preditora (OR = 1,93; p < 0,001), seguida por hepatopatias (OR = 1,32; p < 0,001) e doenças autoimunes (OR = 1,37; p < 0,001), ajustando para idade, sexo, cor, escolaridade e outras comorbidades.

Conclusão

A presença de DRC e doenças autoimunes foram fortemente associadas a piores desfechos nessa amostra, sugerindo a importância de oferecer um diagnóstico precoce e manejo individualizado aos pacientes com essas comorbidades e infectados com dengue.