Dados do Trabalho

Título

Obesidade como fator de gravidade e mortalidade de pacientes vacinados e não-vacinados hospitalizados por COVID-19 entre 2020 e 2023 no Brasil: um estudo transversal

Objetivo

Avaliar a frequência de admissão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), uso de ventilação mecânica invasiva (VMI) e taxa de mortalidade entre pacientes obesos vacinados e não vacinados hospitalizados por COVID-19 entre os anos de 2020 a 2023 no Brasil.

Métodos

Estudo transversal utilizou banco de dados secundário do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), Ministério da Saúde, www.saude.gov.br/coronavirus.

Resultados

Foram analisados 96.524 pacientes obesos, acima de 18 anos, hospitalizados e com teste positivo para COVID-19. A maioria (70,5%) eram vacinados, do sexo feminino (51,8%), de raça branca (63,3%) e média de idade 54,29 + 16 anos. Comparados aos pacientes vacinados, pacientes não vacinados tiveram maior mortalidade hospitalar (39,6% versus 34,7%, p<0.001), assim como, maior admissão em UTI (52,6% versus 49,7%, p<0.001) e maior necessidade de VMI (33,7% versus 28,4%, p<0.001). A frequência de mortalidade hospitalar, mortalidade na UTI e mortalidade sob VMI foram maiores entre os pacientes não vacinados em todas as faixas etárias analisadas (<50 anos, 50-59 anos, 60-69 anos e ≥70 anos) (p<0.001). No modelo ajustado de regressão logística, a razão de chance de mortalidade foi de 0.58 (IC95% 0.52–0.64) para pacientes vacinados com <50 anos, 0.69 (IC95% 0.61–0.78) entre 50-59 anos, 0.73 (IC95% 0.66–0.82) entre 60-69 anos e 0.58 (IC95% 0.53–0.65) com >70anos.

Conclusão

A resposta vacinal reduziu gravidade e mortalidade em pacientes obesos hospitalizados por COVID-19. Assim, pacientes com obesidade devam ser considerados grupo prioritário para a vacinação contra a COVID-19 em diferentes faixas etárias.