Dados do Trabalho


Título

Impacto do tempo na realização de exames clínicos para diagnóstico de morte encefálica: análise de dados da Central de Transplantes do Maranhão

Objetivo

Avaliar o impacto do tempo para realização de exames clínicos no diagnóstico de morte encefálica em unidades públicas e privadas do Maranhão.

Métodos

Estudo observacional e prospectivo, com análise de dados da Central Estadual de Transplantes do Maranhão entre setembro e dezembro de 2023. Foram excluídos menores de 18 anos e notificações incompletas. As variáveis consideradas foram idade, diagnóstico inicial, desfecho de efetivação, setor de admissão, unidade hospitalar, convênio e horário da notificação. Os resultados foram reunidos e realizadas análises estatísticas pertinentes.

Resultados

Os paciente possuíam idade média de 49,3 anos sendo AVC hemorrágico (48%) o diagnóstico prevalente. 71,4% dos pacientes com suspeita de morte encefálica em salas vermelhas realizaram o 1º exame clínico após 24 horas da notificação, enquanto nas UTIs 69,4% realizaram o 1º exame em até 24 horas. Todavia, se a sala vermelha for localizada na UPA, existe alta probabilidade da realização do primeiro teste ser após 48 horas (p=0,01). Exames clínicos para diagnóstico de morte encefálica são realizados com maior intervalo tempo entre si no SUS em comparação com unidades privadas (p=0,006), principalmente se a abertura do protocolo for entre 07:00 e 18:59 horas (p<0,05).

Conclusão

A realização de exames clínicos é mais demorada no SUS em comparação com unidades privadas, especialmente quando a abertura do protocolo ocorre em salas vermelhas das UPAs. Essa situação é preocupante, pois a demora na conclusão do diagnóstico de morte encefálica pode comprometer a viabilidade da doação de órgãos, devido ao risco de parada cardíaca decorrente da instabilidade hemodinâmica e disfunções orgânicas.

Área

Epidemiologia

Autores

Eryka Escórcio Brito Rêgo, Hiago Sousa Bastos, Rosimarie Morais Salazar, Pedro Hugo Sampaio Bringel, Cleison Souza Avelar