Dados do Trabalho
Título
Relação entre complacência cerebral e disfunção cerebral associada a sepse – um estudo piloto
Objetivo
Investigar a associação entre complacência cerebral e disfunção cerebral associada a sepse(DAS).
Métodos
Neste projeto prospectivo, foram incluídos pacientes com choque séptico, dentro das primeiras 48 horas após o choque. A complacência intracraniana foi avaliada de forma não invasiva utilizando Brain4care que mediu a relação P2/P1 e do tempo até ao pico da curva (TTP) da pressão intracraniana, durante 5 minutos. Uma relação P2/P1 > 1,2 foi considerada alterada, assim como um TTP > 0,3. A DAS foi avaliada por 28 dias, sendo definida como: escala de coma de Glasgow < 15, relato médico de desorientação, alteração do pensamento ou agitação na ausência de lesão neurológica.
Resultados
Foram incluídos dezesseis pacientes. A idade média era de 66 (±13,8) anos e 67% eram do sexo masculino. O SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) no momento do exame foi de 10 [7-13] A dose mediana de norepinefrina foi de 0,35 [0,15-O,48] mcg/kg/min e 81% estavam em ventilação mecânica. Dos 16 pacientes, 3 foram a óbito em menos de 48 horas e não foi possível avaliar DAS. Dez pacientes (62,5%) tiveram DAS, desses, metade apresentou ao menos um dos índices alterados.
Conclusão
Os resultados preliminares deste estudo mostram que, ao longo dos 28 dias de acompanhamento houve uma alta incidência de DAS em indivíduos com choque séptico, sendo que metade destes apresentaram alteração da complacência cerebral, avaliada de forma não invasiva. Esses achados sugerem que essa abordagem de análise é viável, embora sejam necessários estudos mais abrangentes para confirmar a relevância clínica destes achados.
Área
Sepse
Autores
Pedro Vitor Cury, Fernanda Sampaio Alves, Gustavo Frigieri, Thiago Passos Oliveira, Juliana Caldas Bittencourt