Dados do Trabalho

Título

QUAIS FATORES PODEM INFLUENCIAR A EXTUBAÇÃO DOS PACIENTES COM TRAUMATISMO CRANIENCEFÁLICO GRAVE?

Objetivo

Analisar quais fatores podem influenciar a extubação do paciente com traumatismo craniencefálico grave.

Métodos

Estudo transversal, retrospectivo de dados de prontuários e do banco de dados anonimizado de registro contínuo da Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário. Incluídos pacientes com traumatismo craniencefálico grave, com idade ≥ 18 anos, sob ventilação mecânica, e que possuíam registro dos dados a serem coletados. Coletados dados demográficos, clínicos, tomográficos e ventilatórios.

Resultados

Incluídos 188 pacientes. Destes, 28,72% foram extubados com sucesso, 1,59% extubados, reintubados e traqueostomizados, 48,40% traqueostomizados direto e 21,27% evoluíram a óbito sem tentativa de desmame. Houve diferença significativa quando correlacionados tempo de ventilação mecânica e tempo de internação na UTI (p<0,0001), tempo de ventilação mecânica e intervenção neurocirúrgica (p=0,0136) e tempo de internação na UTI e realização de traqueostomia (p=0,0005). A Escala de Coma de Glasgow influenciou o tempo de internação na UTI de forma significativa (p=0,0206). Após análise de regressão logística, o melhor modelo para estimar extubação foi com as variáveis classificação tomográfica de Marshall (p=0,0010) e APACHE II (p=0,0014) e, para sucesso do desmame ventilatório, o melhor modelo foi composto de idade (p=0,0001), classificação tomográfica de Marshall (p<0,0001), SOFA (p<0,001) e intervenção neurocirúrgica (p=0,0013).

Conclusão

Conclui-se que o APACHE II, classificação tomográfica de Marshall, idade, SOFA e realização de neurocirurgia podem influenciar a extubação e sucesso da mesma e, que a Escala de Coma de Glasgow e realização de traqueostomia podem impactar no tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva do paciente com traumatismo craniencefálico grave.